São Paulo, ano 467, entre a tradição e a modernidade.
Fonte Diário de São Paulo
Primeiro subimos a serra, com facões e burros, trazendo água e comida, inaugurando o primeiro caminho entre Santos e a Vila que se chamou Piratininga. Trouxemos também os nossos primeiros costumes e crenças. Fincamos o pé no Pátio do Colégio e começamos a ensinar. E não paramos nunca mais de avançar e compartilhar exemplos a todos os brasileiros.
Implantamos o nosso comércio, que do escambo evoluiu para o universo digital com seus robôs fabricantes e suas comunicações imediatas e rápidas. Nossas taperas ou primeiras moradias transformaram-se em arranha-céus, com dezenas de andares. Nossas ruas de terra transformaram-se em avenidas largas e longas, ligando um território extenso, com suas variáveis numa região metropolitana que não para de crescer. Dos bondes ao metrô foi um passo gigantesco. Dos teco-tecos de Congonhas aos Boeings de Guarulhos, nossa aviação agigantou-se.
Os falares de São Paulo do português arrastado hoje misturam-se aos idiomas afros, asiáticos, europeus, espanhóis e ingleses, que são pronunciados e cantados. Do peixe salgado dos bandeirantes, hoje podemos escolher qualquer tipo de culinária nos quatro cantos da cidade, dividida entre os churrascos com cervejas ou comidas diferenciadas dos nossos restaurantes, que vão do pão com mortadela do mercado a requintados frutos do mar.
Nossas Universidades produzem conhecimento, reflexão e nos transformam em referência mundial, pelos congressos que realizamos, pelos livros que escrevemos, pelas ideias de inovação que vamos espalhando aqui e ali, na nossa cidade, nas cidades do nosso país e do mundo. A vacina contra a pandemia haverá de ser celebrada, por longo tempo, como uma contribuição decisiva dos professores e pesquisadores brasileiros.
O ano de 1932, com a revolução Constitucionalista, fez a cidade de São Paulo engajar-se em favor da democracia e seu compromisso com o campo democrático estendeu-se pelas diretas já, numa das maiores manifestações cívico-políticas já vistas nesta terra. A voz de São Paulo ecoou neste país, em tempos de bonança ou de imensas dificuldades.
Nossos parques e seus monumentos, são a memória viva e vivida da São Paulo pujante e empreendedora. São exemplares os serviços de saúde e educação onde atrai milhares de brasileiros.
Os desafios diários, minuto a minuto, para governar uma cidade como esta, são imensos. Mas há, por trás das horas passadas para planejar cada ação, milhares de cabeças e braços, que abraçam São Paulo com compromisso, carinho e respeito, dia após dia, para que tenhamos uma cidade melhor. E comprometida com os desafios de igualdade social.
Poder participar, junto com o Bruno Covas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com todos os paulistanos deste dia e, em tempos em que não podemos abraçar com segurança nossos familiares, amigos e pessoas queridas, me leva a desejar aos cidadãos desta terra, um abraço afetuoso, mesmo que a partir das linhas deste artigo impresso ou digital. Vida longa, São Paulo.
Ricardo Nunes, vice prefeito de São Paulo, vereador por dois mandatos, (2012-2016/ 2017-2020) presidiu CPIs de Combate à Sonegação que arrecadou mais de R$ 3bi para cidade.